quarta-feira, 28 de maio de 2008

Comandante Manuel Marulanda Vélez: Juramos Vencer!



Quando há 60 anos a oligarquia desencadeou a guerra fratricida em nosso país através do terrorismo oficial e dos ódios partidários, procurando mudanças na posse da terra e na recomposição do poder político, subestimou a enorme capacidade de resistência de nosso povo e as colossais dimensões de sua dignidade.

Da mesma forma que centenas de milhares de camponeses, Pedro Antonio Marin foi perseguido desde então pelo governo e os pistoleiros paramilitares da época, obrigado a abandonar seu sossego, trabalho e pertences e, em seguida, a se defender para sobreviver à barbárie oficial em infeliz episódio de nossa história nacional que custou a vida de cerca de 300 mil compatriotas e propiciou o despojo impune de milhões de hectares de terras férteis que passaram para as mãos de poderosos chefes liberais e conservadores de todo o país.

Desde então, graças à sua liderança e enormes capacidades político-militares, aquele que em seguida se chamaria Manuel Marulanda Vélez em homenagem a um líder sindical assassinado, foi assimilando sua experiência militar e desenvolvendo uma visão do mundo revolucionária e comunista que lhe permitiu compreender cabalmente as profundas causas econômicas, sociais e políticas, não só de sua própria situação pessoal, mas também dos profundos desequilíbrios, violências e injustiças de nossa sociedade.

Quando em 1964 a oligarquia lança no sul do estado do Tolima uma nova e criminosa ofensiva militar contra o campesinato, denominada de Plan Laso (Latin American Security Operation), sob a aberta direção do Pentágono norte-americano, Manuel Marulanda Vélez junto com 47 camponeses, em seguida a inumeráveis gestões políticas pela paz que não foram atendidas, levanta-se em armas para enfrentar a agressão e ir ao fundo da solução: lutar pelo poder político e sentar as bases de uma sociedade com justiça social em marcha para o socialismo.

Se Washington e a oligarquia não permitem a luta revolucionária pelas vias democráticas, então optamos por essa única opção possível e nascem as FARC!

Inigualável estrategista, condutor genial, guerreiro invencível, líder invicto de mil batalhas políticas e militares travadas durante 60 anos de luta reivindicando os direitos dos pobres e enfrentando as violências dos poderosos, revolucionário integral que assimilou a teoria dos grandes pensadores, fundindo-a com as verdades que extraiu da vida em sua prática diária, forjando-se como um dos mais destacados dirigentes revolucionários de todos os tempos.

A humanidade não tem antecedentes de um líder das condições de Manuel Marulanda Vélez que haja lutado ininterruptamente durante 60 anos, a partir da oposição armada, e saído ileso e fortalecido depois de imensos operativos militares de arrasamento como o Plan Laso em Marquetalia, a Operação Sonora na cordilheira Central, a operação Casa Verde, operação Destructor I e Destructor II, Plano Patriota, Plano Colômbia.
E ileso e fortalecido também, depois de confrontações políticas de caráter estratégico como as desenvolvidas nos processos de conversações com o Estado colombiano em Casa Verde , Caracas, México e em Yarí que pretenderam submeter a vontade política e de luta das FARC sem nenhuma mudança nas estruturas da sociedade nem nas correlações do poder político.
Em umas e outras confrontações, nosso comandante evidenciou sua sabedoria e sua capacidade para sair sempre airoso por mais adversas e difíceis que fossem as tormentas e os perigos e nos apontou a rumo a seguir.

Com imenso pensar informamos que nosso comandante-em-chefe Manuel Marulanda Vélez morreu no dia 26 de março passado, como conseqüência de um infarto cardíaco, nos braços de sua companheira e rodeado de sua guarda pessoal e de todas as unidades que formam sua segurança, em seguida a uma breve enfermidade.
Prestamo-lhe as honras que merece um condutor de sua dimensão e demo-lhe honrosa sepultura. Despedimo-lo fisicamente em nome dos milhares e milhares de guerrilheiros farianos e milicianos bolivarianos e dos milhões de colombianos e cidadãos do mundo que o estimam, admiram e amam acima da asquerosa campanha midiática contra as FARC.

A todos eles e seus familiares fazemos chegar nossa solidariedade e nossa voz de condolência.

Partiu o grande líder e de seus inesgotáveis ensinamentos que nos amadureceram em todos estes anos a seu lado, hoje, em meio à nossa dor, queremos ressaltar, por sua vigência e grande valor, sua profunda confiança em nossos princípios revolucionários, planos, propostas e na vitória da causa popular; a têmpera para enfrentar as dificuldades e a essencial importância que significa a sólida unidade interna que nos permitiu desenvolver-nos com vigor em todos os momentos de nossa existência.

Em meio à maior ofensiva reacionária contra organização revolucionária alguma na história da América Latina, continuaremos nossas tarefas acorde com os planos aprovados, solidamente unidos e profundamente otimistas em sair avante apesar da adversidade.

Com as bandeiras de Bolívar, de Jacobo Arenas e de Manuel Marulanda muito altas, prosseguiremos sem descanso nossa luta até conseguir o objetivo da nova Colômbia, da Pátria Grande Latino-americana e do Socialismo. Juramos perante a tumba do nosso comandante!

A confrontação não dá trégua e a luta prossegue. Acordamos unanimemente que à cabeça do secretariado e como novo comandante do Estado Maior Central esteja o camarada Alfonso Cano. Como integrante pleno do secretariado ingresse o camarada Pablo Catatumbo e suplentes os camaradas Bertulfo Alvarez e Pastor Alape.
Continuaremos alentando a luta popular, a formação do Movimento Bolivariano pela Nova Colômbia e do Partido Comunista Clandestino, assim como a convergência com todos aqueles que lutem pela justiça social, a soberania nacional e a democracia verdadeira.
Toda a força fariana continuará profundamente comprometida em cada área e em todo o país para levar adiante os planos, estreitamente vinculada à população civil como garantia do êxito.

Nossas propostas em torno dos acordos humanitários e das saídas políticas continuam vigentes tal qual reiteramos em múltiplas ocasiões, assim como aquelas expostas tanto no Manifesto como na Plataforma Bolivariana, lançadas a partir destas cordilheiras, serão confluência e gerarão esforço mancomunado para conseguir a paz democrática e o sossego que nos roubou a oligarquia faz 60 anos.
Ao comemorar o 44° aniversário das FARC, prestamos sentida homenagem ao nosso comandante Manuel Marulanda Vélez, a Jacobo Arenas, a Raúl Reyes, a Ivan Rios, a Efraín Guzmán e a todos aqueles que generosamente dedicaram e ofereceram sua vida à causa dos pobres, sem pedir nada em troca, tão somente por sua íntima convicção de buscar o bem comum como característica de seu compromisso revolucionário.

Comandante Manuel Marulanda Vélez: Morrer pelo povo é viver para sempre!Diante do altar da Pátria: Juramos vencer!
Secretariado do Estado Maior Central

FARC-EP, maio de 2008
Montanhas da Colômbia.

segunda-feira, 26 de maio de 2008

Para transformar sonhos em realidade


Por Sérgio Campos


As eleições para prefeito, vice-prefeito e vereador se aproximam, e as convenções para escolha dos candidatos e deliberações sobre as coligações partidárias acontecerão no próximo mês de junho. Porém, diferentemente daquilo que costuma ocorrer em nosso estado desde tempos remotos, quando as oligarquias políticas locais impõem candidaturas alheias aos interesses da população, desta vez tudo indica que vivenciaremos um processo eleitoral "atípico".

Os quadros dirigentes e a militância política do Partido Comunista Brasileiro (PCB), núcleo Santana do Ipanema, liderados pelo presidente do diretório municipal, o professor Paulo Roberto Chagas, decidiram consultar a população sobre a viabilidade de se lançar candidatura própria a prefeito e vice-prefeito, além de oferecer opções de candidaturas à Câmara de Vereadores.

Desde o início do ano, empreendemos uma série de visitas aos povoados, sítios e fazendas da região. Subimos e descemos serras, enfrentamos estradas em péssimo estado de conservação, em dias chuvosos ou de sol causticante. O resultado foi compensador, pois invariavelmente fomos recebidos de maneira calorosa por centenas de sitiantes. As mais das vezes fomos recepcionados com mesa farta e alegria contagiante. Tivemos também o enorme prazer de sermos recebidos por outras centenas de famílias da zona urbana e experimentamos momentos igualmente marcantes.


As famílias visitadas surpreenderam-se com a nossa iniciativa. Em algumas dessas reuniões, pudemos ouvir as pessoas declararem que aquela maneira de escolher uma candidatura é bem diferente do que sempre aconteceu aqui em nossa terra, ou seja, as imposições de que já falamos. Fizemos consultas sobre carências das comunidades visitadas, pedimos sugestões e, baseados nas análises, opiniões e críticas dos munícipes, identificamos necessidades e aspirações do povo santanense.

Os diálogos com as famílias se desenvolveram discorrendo sobre temas de interesse coletivo. Tratamos de questões relacionadas ao trabalho, saúde, educação, agricultura e lazer. Abordamos ainda questões inerentes à infância e à adolescência, assim como debatemos em relação aos idosos, suas experiências e importância para a comunidade. Também analisamos o comportamento do eleitor e o voto consciente.

Finalmente, o grupo expunha o nome Sérgio Campos como possível candidato ao cargo de prefeito de Santana do Ipanema e solicitava opinião das pessoas, que, em geral, aprovavam a indicação. Casos existiram em que os consultados declararam que, há muito tempo, especulavam sobre essa possibilidade. Tal fato ocorria em função de minha experiência como militante político que atuou em diversas campanhas eleitorais, sempre com a esperança de que pudéssemos eleger alguém que atendesse aos anseios do povo santanense.

Devido a essa militância, tive a oportunidade de colaborar para a eleição do prefeito Marcos Davi, o que resultou na minha nomeação para o cargo de Chefe de Gabinete desta administração.

Por tudo isso, o PCB decidiu lançar o meu nome como pré-candidato a prefeito de Santana do Ipanema, uma cidade que registra gloriosa história de luta por conquistas sociais e pelas liberdades democráticas, como, por exemplo, o caso dos nativos Fulni-ô e dos negros que se organizaram em comunidades quilombolas para enfrentar o poder escravocrata do coronelismo que predominava na região.

Após a convenção do partido, em se confirmando o meu nome como candidato a prefeito de Santana do Ipanema, aguardamos que esta candidatura venha a atender aos anseios da população santanense, de forma que possamos transformar sonhos em realidade.


P.S.: A convenção do PCB acontecerá no dia 21 de junho, em local a ser confirmado. Desde já contamos com a sua presença

''Alimento para alma'' (Projeto Farol de Alexandria)


O Projeto Farol de Alexandria, inicia o calendário de 2008 com um acervo de cerca de 2000 (dois mil), livros recebidos por meio de doações feitas pela população que se engajou na dinâmica desenvolvida por nossa juventude, na busca da formação de bibliotecas populares nos bairros atingidos pela violência e o descaso político.

Apesar, do pouco contingente de nossa militância, ficou-se verificado que mesmo assim, a causa é valida, e ultrapassa as barreiras da dificuldade, vindo a mostrar qual é seu real papel dentro dessa sociedade atingida pelo conformismo das massas, e a corrupção da compra e venda de votos.

Sabemos o quão, é difícil trabalhar a consciência de centenas de jovens, escravizados nas drogas e seu mundo de ilusões. A luta continua, e este ano promete nossa primeira biblioteca popular, que será no bairro operário de Fernão Velho, com o apoio do Movimento Político Comunitário (MPC) que está sedendo suas instalações para o Projeto, fato que nos dá ainda mais animo para prosseguirmos com nosso objetivo.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Famílias soterradas, o estado burguês e suas falácias...


Mais uma vez, o descaso do estado em relação as famílias da periferia, ficam as claras. Na manhã desta quinta-feira, 23, no Loteamento Jardins, zona urbana de Colônia Leopoldina, cidade a 112 quilômetros de Maceió, O jovem Oscley Santana, de apenas 14 anos, morreu soterrado num desmoronamento ocorrido na região devido as fortes chuvas que vêm castigando os bairros de periferia onde reside a classe desprivilegiada na podre hierarquia social na qual vivemos. Além de Oscley, mais duas pessoas ficaram feridas após o desmoronamento e foram levadas em estado grave à Unidade de Emergência Armando Lages, em Maceió.

Casos semelhantes são comuns em períodos de chuvas fortes, e deslizamentos inevitáveis como este último, já são esperados pelos moradores que residem em áreas de risco, portanto, essas famílias não podem abandonar estas áreas pelo simples fato de não terem mais para onde ir ou a quem recorrer e se deixarem suas "casas" (Barracos), ficaram ao relento de uma vez por todas. Só neste ano de 2008, estima-se que as chuvas e a indiferença do estado, já matou mais de 10 pessoas em casos de desmoronamento de barreiras em diversas localidades de Alagoas. A questão é: quantas vidas mais serão perdidas, para que o estado e a sociedade abram olhos e apresentem soluções para casos como o de Oscley e para a juventude que já nasce sem uma perspectiva de um futuro digno? (“No Future in BR?”)

O que fazer? Nós, comunistas, os seres conscientes dentro da sociedade inconsciente, sabemos que para extinguirmos esses crimes contra a vida cometidos pelo estado burguês e o modo de produção capitalista, se faz necessário a ruptura total e definitiva com os mesmos.

Afirmamos abertamente que a revolução social é nosso fim, e esta, é a única saída para os problemas sociais!


terça-feira, 20 de maio de 2008

Homenageado da semana: JÚLIO BRAGA (Histórico)

Júlio Braga nasceu na cidade de viçosa (AL) em fins do século XIX. Ainda menino, foi obrigado a trabalhar para ajudar o pai e a mãe, cujo marido havia abandonado a família desaparecendo para sempre. Júlio saia de Bebedouro e ia para o centro a pé, trabalhar como aprendiz de mecânico na oficina de Benedito Vanderley (a oficina ainda existe no bairro de Jaraguá, com mais de 70 anos de existência e sob a direção de um de seus filhos).

Já rapaz, deslocou-se para Salvador (Ba), e passou a trabalhar como motorista da residência de um ricaço salvadorenho. Era semi analfabeto, até então. Certa feita em uma reunião de motoristas numa das praças centrais de Salvador, a turma teve nescessidade de efetuar um cálculo que envolvia uma conta de multiplicação, e ninguém conseguiu efetuá-la. Júlio ficou tão envergonhado, que adquiriu uma aritimétrica de Antônio Arajano, na época melhor volume destinado ao curso básico (o outro no primário), aprendendo de forma autodidática os primeiros conhecimentos, aprofundando após para conhecimentos superiores: algébricos, cálculos de resistência de materiais e desenho industrial. Estabeleceu uma vitória própria sobre ângulos e demais aspectos de desenho linear.
Na Bahia, precisamente em Salvador, entrou para o Partido Comunista Brasileiro. Ao retornar a Maceió, participou da fundação do partido no estado, então com Benedito Gororoba e demais companheiros fundadores do Partido.

Em 1935, às vésperas do movimento armado dirigido pelos comunistas, deslocou-se, por tarefa, a pé para Salvador a fim de entregar uma mensagem secreta à direção partidária naquela capital, que não podia ser expedida por correio, telefone nem por telegrama, cifrada.

Em 1937 dirigiu, com os demais camaradas da direção partidária, a Greve Geral dos trabalhadores maceioenses, cuja concentração ocorreu na praça da Recebedoria. A polícia interviu violentamente, atirando na multidão quando uma bala perdida raspou a cabeça de Júlio e penetrou na estátua (a última da direita, frente a Igreja) cuja perfuração permaneceu por um longo período às vistas dos quantos que ali passavam.

Preso e processado, juntamente com outros dirigentes comunistas alagoanos, ficou mais de um ano na antiga cadeia de Maceió. As famílias dos presos, residiam coletivamente numa casa cujo aluguel era pago pelo Socorro Vermelho, sendo que a alimentação era recebida pela metade da boia dos presos, diariamente que cediam aos familiares dos presos políticos libertados após cumprimento integral da pena, embrenha-se na vida clandestina, disfarçado em vendedor de raízes pelo interior de Alagoas, barba crescida, tal como um autêntico andarilho.

Nesse período, foi montar uma fábrica de gelo em Pão de Açucar, onde ali se encontrava homisiado com a esposa, D. Alice Braga, com os filhos Lauter e Leda, já que eu e minha irmã mais velha, Lucy, estavamos em Maceió em casa de amigos.

Certo dia, como o filho Lauter era muitíssimo parecido com o pai, um dos agentes secreto suspeitou ele ser filho de "seu Manuel", denunciando-os as autoridades policiais. Lá vai o Júlio preso, recâmbiado para Maceió, até sua libertação.

Durante a segunda guerra, empregou-se como mecânico na base americana localizada no Tabuleiro dos Martins. Certo dia, um motorista americano bêbado, atropelou um pelotão do antigo 20° BC que fazia ordem unida na principal rua perto do Quartel, matando um Soldado e ferindo outros. O comandante do 20° BC exigiu a prisão do motorista americano. O comandante da base recusou-se a entregá-lo às autoridades brasileiras, surgiu daí uma crise: o comandante do 20° BC exigiu ameaçou marchar sobre a base. O comandante ameaçou bombardear o Quartel.

O Júlio, que formara uma base de militantes na base, reuniu na minha residência da rua do Queimado, discutindo a crise, e decidiram incêndiar o paiol de combustível, fazendo as instalações explodirem no caso da consumação das ameaças mútuas.

Foi necessária intervenção do comandante da 7a. negrão miliar, sediada no Recife, para dirigir as controvérsias.

Essa decisão dos comunistas da base, foi secreta, absolutamente secreta da qual as autoridades da base 20° jamais tomaram conhecimento...
Em 1948, por ocasião da famigerada decisão judicial que fecharia o registro legal do PCB, pegou Júlio Braga na direção partidária.

Júlio Braga faleceu com 82 anos, vítima de um aneurisma. Recusou-se a morrer deitado, tendo espirado com os braços comprimindo o tórax em função da dor que lhe perpasou o coração inundado de sangue que eclodiu nos últimos seus momentos de vida.





Texto fornecido por Laudo Braga, Filho de Júlio Braga e membro do Partido Comunista Brasileiro desde os 5 anos de idade.

sábado, 17 de maio de 2008

Homenagem a escritora Zélia Gattai (1916-2008)



Faleceu neste sábado, 17 de Maio, aos 91 anos, a escritora e militante Anarquista Zélia Gattai.


Zélia Gattai
nasceu em 1916 na capital de São Paulo. Filha de operários anarquistas imigrados da Itália, Zélia gozava todo um aparato filosófico que a formaria politicamente. Desde muito jovem, Zélia já participava ativamente do movimento operário de São Paulo.

Aos 20 anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luiz Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.

Admiradora desde muito jovem do escritor e militante comunista Jorge Amado, teve a oportunidade de conhecê-lo quando trabalharam juntos no movimento pela a anistia dos presos políticos, em 1945. Casaram-se poucos meses depois. Em 1946, Jorge Amado foi eleito para câmara Federal pelo Partido Comunista, tiveram que mudar para o Rio de Janeiro onde nasceu o primeiro filho do casal.

Quando o Partido Comunista Brasileiro, no qual Jorge Amado militava, foi posto na ilegalidade em 1947, tiveram que exilar-se em Paris onde viveram por Três anos e posteriormente na Tchecoslosváquia onde viveram por dois anos. É a partir desse momento, no exílio, que ocorre uma transformação na vida de Zélia, além da militância política, passa a dedicar-se também a fotografia, inclusive os maiores registros fotográficos de Jorge Amado, só foram possíveis graças a Zélia. E em 1963, de volta ao Brasil, lança sua Fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

Começa a escrever suas memórias aos 63 anos. Lança em 79 o livro de memórias intitulado ANARQUISTAS GRAÇAS A DEUS, que recebeu o prêmio de Revelação literária no mesmo ano, e que é considerado por muitos críticos literários como sendo seu mais precioso registro entre todas as suas outras obras de memórias.

Durante toda sua vida Zélia Gattai recebeu muitos prêmios e homenagens: Cidadã da Cidade do Salvador (84), cidadã de honra da Comuna de Mirabeau (85), Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998), Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986)Em 2001, foi eleita para a Academia brasileira de letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, entre outros prêmios e homenagens. E, claro, acaba de receber também, a sincera Homenagem da União da Juventude Comunista, que independente de divergências políticas ideológicas, não poderia deixar passar em branco o dia da morte dessa companheira militante da liberdade, que assim como nós, lutou pela emancipação dos povos da exploração capitalista, e que foi leal aos seus princípios até o fim de sua vida.


Hasta siempre companheira!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Fascismo militar no Cepa (CEAGB)

ABAIXO A REPRESSÃO!!!


A ditadura militar acabou ou apenas ocultou sua face com o véu de Democracia burguesa?


Esta é uma pergunta a ser feita ao batalhão escolar do Cepa e a todas as corporações militares que zelam pela democracia burguesa na qual vivemos.

Hoje, dia 09 de Maio de 2008, ficou claro mais um caso de repressão ao movimento estudantil do Cepa e o despreparo dos primatas (policiais) que atuam na área. Dois estudantes, militantes do movimento estudantil, um deles militante da União da Juventude Comunista e o outro, militante independente, estudante do colégio Afrânio Lages, foram duramente constrangidos por policiais durante uma revista arbitrária no Complexo educacional, Cepa.

No momento da revista, os dois militantes se manifestaram falando o quanto era criminosa aquela abordagem selvagem, sendo que eles, os estudantes, não estavam sequer em atitude suspeita. O militante independente, estudante do colégio Afrânio Lages, foi conduzido ao batalhão algemado e sendo agredido fisicamente. Quando o estudante membro da UJC ameaçou abrir sindicância contra os brutamontes mazelados fantasiados de policiais, eles ''mucharam'' e decidiram conduzir de forma ''pacífica'' o militante até a base para que este prestasse queixa primeiramente no batalhão, sendo que isto era apenas para eles ganharem tempo e tentar coagir o militante a não abrir sindicância, e quando este, no seu direito de cidadão recusou-se a ir, foi coagido e quase agredido.

No batalhão, os fascistas utilizaram todas as suas velhas táticas de coação, desde o terror psicológico a agressões verbais e ameaças de todas as espécies. Eles alegaram que o motivo de tamanha arbitrariedade foi o fato de terem recebido denúncias de que os estudantes estavam consumindo bebida no complexo e garrafas de bebida terem sido encontradas com os estudantes, sendo que isso constitui uma grande farsa, os estudantes não portavam bebidas de espécie alguma e isso ficou claro durante a revista.

Durante certo tempo de discussão com os porcos fardados na base, um deles acabou revelando o real motivo de todo aquele constrangimento a que os estudantes foram submetidos: perseguição política. Um deles revelou até que a muito tempo estavam querendo pegar o militante da UJC, esse foi o termo usado. A perseguição ao militante, começou após a União da Juventude Comunista ter denunciado um dos casos de agressão física ocorridos a outro estudante no Cepa, quando a UJC abriu sindicância contra o agressor.

O que mais revoltou em toda aquela palhaça, foi após a direção geral ter sido contatada e a diretora comparecer ao batalhão, a mesma se mostrou conivente com a atuação repressora dos despreparados e mazelados policiais do Cepa. A diretora, mesmo após termos nos explicados e provado inocência, preferiu dar crédito a palavra dos policiais, o que pareceu, embora não possamos comprovar, uma grande farsa armada pela direção geral do CEPA em conluio com o batalhão, para incriminar os militantes e desmoralizá-los perante a classe estudantil. Um grande circo foi armado no batalhão e os palhaços eram os estudantes inocentes.

Segundo relatos de testemunhas oculares, os meliantes que realmente foram denunciados, suspeitos de estarem portando drogas, foram revistados e foram encontradas substâncias ilegais, inclusive álcool que é proibido o consumo no complexo e nada os aconteceu, foram simplesmente liberados.

Outra testemunha, que estava próxima no momento da abordagem, relatou que uma policial o falou que se substâncias ilegais fossem encontradas com ele, nada o aconteceria, não seria levado, que ele pudesse ficar tranqüilo. Esses relatos servem de prova à grande armação que houve para incriminar os estudantes militantes do movimento estudantil, e como deu para perceber, foi também um ato de vingança por causa das denúncias de agressão feitas pela UJC ao corrompido batalhão escolar do CEPA ano passado.

No fim, para liberar os estudantes, os policiais que estavam cagando de medo da abertura de sindicância, “propuseram” um acordo para liberar os estudantes, o que também serve de prova à inocência dos estudantes. Os estudantes, temendo por suas vidas, acabaram aceitando assinar o acordo proposto pelos porcos militares.


Relato escrito pelo estudante membro da UJC sofredor das calúnias feitas pelo decrépito batalhão escolar do CEPA.