terça-feira, 23 de setembro de 2008

Homenageado da semana: GEORGE CABRAL

George Cabral foi um jornalista comunista altamente combativo. Tal como André Papini, originário de uma família católica de Maceió. Jamais calou.

Após a cassação do registro do PCB, recusou-se a sair de Maceió. A polícia o prendeu várias vezes, chegando a prende-lo com o Habeas corpus preventivo no bolso, exibido à cada voz de prisão que lhe era dada pelos tiras alagoanos. Nem mesmo o HC preventivo era respeitado pela reação alagoana. De tal forma, que foi instado a abandonar Maceió, dirigindo-se ao Rio de janeiro, onde passou a atuar. Agora na clandestinidade.

Como jornalista culto de texto ímpar, foi convidado a atuar na Rádio de Fraga, deslocando-se para lá com os filhos e esposa.

Em 1969 retornou ao Brasil . Desempregado, e com dificuldades de trabalho face a sua condição de comunista combativo, certa vez recusou a receber da Globo um cheque de cinco mil cruzeiros para conceder uma entrevista caluniando o Leste Europeu, notadamente Tchecoslováquia, onde viveu por longos anos. Nessa época, encontrava-se ameaçado de despejo por ter atrasado em mais de três meses o aluguel.

Faleceu em 1970, o coração cansado, esmagado pela repressão policial, enfraquecido pelos perigos e por perseguições policiais que nunca amenizaram-se em relação a ele.

George Cabral foi um desses intelectuais incorruptíveis, combatente firme e destemido, que fez época em Maceió quando ainda jovem, integrante da Juventude Comunista (UJC). Merece firmar-se no Panteon da memória dos comunistas alagoanos inesquecíveis.


(Texto escrito por Laudo Braga)

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