sexta-feira, 7 de março de 2008

Lembrai, lembrai o dia 8 de Março de 1857...


Poucas são as pessoas que sabem por que o dia 8 de março ficou imortalizado como dia internacional da mulher.

A mídia burguesa omite o ocorrido neste dia tão triste e especial, transformando-o em apenas mais uma data comercial, mas, estamos aqui para esclarescer o real significado desta data.

Estamos aqui para mostrar que muito mais que uma data fabricada pelo capitalismo para despertar a euforia consumista nas pessoas é sim uma data histórica da luta de classes, luta de mulheres que além da submissão patriarcal, combateram os grilhões da escravidão assalariada.

No dia 8 de Março de 1857, 130 operárias têxteis de uma fábrica em Nova York, insurgiram, ocuparam a fábrica e declaram greve, reivindicando melhores condições de trabalho e a redução da jornada de 16 horas de trabalho por dia, para 10 horas.
A classe parasita detentora dos meios de produção, a burguesia, insatisfeita com a insubordinação dessas 130 proletárias conscientes, optam por medidas extremas em nome de seus provilégios, resolvem trancar a fábrica e incendia-la. Essas 130 camaradas que se rebelaram contra a exploração capitalista, morreram carbonizadas, tornaram-se assim, mártires do proletariado.


''A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes (...) Que as classes dominantes tremam em face da Revolução Comunista. Nela, os proletários nada têm a perder, a não ser os seus grilhões. Proletários de todos os países, uni-vos!'' (Karl Marx)



Mulheres alagoanas revolucionárias:


Gastone Lúcia Beltrão: Estudante alagoana, nascida em 1950, foi umas das ardorosas combatentes que dedicou sua vida a luta por uma sociedade justa e igualitária. Tendo iniciado sua militância na Juventude Universitária católica, Gastone mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou a atuar no movimento estudantil. Casou-se em 1969 com o militante de esquerda Jodé Pereira da Silva e filiou-se a Ação Libertadora Nacional, organização guerrilheira fundada por Carlos Marighella. O casal passou uma temporada em Roma e Cuba, onde passou por treinamento de guerrilha. Separada do marido, Gastone voltou para o Brasil no início de 1972.

Gastone foi denunciada aos orgão de repressão brasileiros quando ainda estava em cuba. Dias após seu retorno ao Brasil, em 1972, foi presa em São Paulo pela equipe do delegado Sérgio Fleury. conta-se que Gastone reagiu, foi fuzilada e enterrada sem indentificação no cemitério Perus. Tinha apenas 22 anos.



Vólia de Miranda Pinto:
Nasceu em Maceió no dia 8 de Março de 1945. No início da década de 1960, atuou no movimento estudantil engajando-se na luta pelas reformas de base e pela manutenção e melhoria do ensino público no país. Foi integrante da União da juventude Comunista, juventude do PCB e colaboradora do movimento de cultura popular da União Nacional dos Estudantes. Nos anos anteriores ao golpe militar, Vólia esteve presente em quase todas as lutas da sua época, ao lado do pai e dos irmãos. Após o golpe, toda família sofreu preseguições, seu pai foi preso e seus irmão tiveram que abandonar o estado de Alagoas.

Em 1963, Vólia viajou para moscou e ingressou no Curso de Medicina da Universidade Patrice Lumumba, que oferecia bolsas de estudo para alunos de países em desenvolvimento. Durante sua permanência em Moscou conheçeu o Japonês Sozo Tosaka. Após se formar, retornou ao Brasil, deixando a filha sob a guarda de seus pais no Espírito Santo, a fim de concluir sua residência hospitalar. No Japão fez cursos de revalidação de seu diploma na Unoversidade de Tóquio, passando a exercer a psquiatria naquele país.

Decidida a voltar ao Brasil para buscar a filha, vólia teve negado a emissão do seu passaporte pelas autoridades brasileiras. Esse ato arbitrário da ditadura impediu que Vólia pudesse conviver com a filha e fez com que , durante anos a fio, ela travasse uma penosa batalha jurídica para reverter a situação. Enfrentando dificuldades de toda sorte, Vólia conquista o direito de obter seu passaporte. Porém, mesmo depois dessa vitória, continuou sendo espionada pela polícia política japonesa a pedido do governo brasileiro, que a considerava perigosa e subversiva. Vólia viveu mais de 30 anos no Japão e deixou marcas profundas de sua passagem na vida médica daquele país. Sua única filha e os dois netos vivem em Maceió.

Nenhum comentário: