segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Direção Nacional da UJC divulga nota política

Reunida nos dias 18 e 19 de julho na cidade de Florianópolis (SC), a Comissão Política Nacional da UJC debateu as principais questões da conjuntura e aprovou algumas tarefas para os jovens comunistas e a juventude brasileira

Impedir a guerra imperialista na América Latina e fortalecer a luta da juventude no Brasil


Para a UJC, o capitalismo vive uma nova crise, iniciada com a queda da economia norte-americana e a alta dos preços dos alimentos e da energia. As respostas do capital à crise são conhecidas: mais guerra, mais exploração dos trabalhadores e da juventude, mais desemprego e mais destruição do meio ambiente.

Para os E.U.A. e seus aliados, a guerra e as agressões armadas a países soberanos são também uma solução para estas crises. Com a guerra, estes países podem vender armas e saquear as riquezas naturais dos povos. E essa política genocida e golpista é usada particularmente na América Latina.

Na Bolívia, o imperialismo norte-americano busca implantar uma guerra civil. A oligarquia local, em conjunto com a embaixada dos E.U.A., adotam a tática separatista e organizam milícias paramilitares denominadas de “comitês cívicos” e “uniões juvenis” para criar instabilidade no país as vésperas do referendo revogatório.

O imperialismo norte-americano possui um importante aliado em nosso continente: o governo fascista de Uribe na Colômbia. A Colômbia, depois de Israel, é o principal país receptor de ajuda militar norte-americana. Suas Forças Armadas têm 380 mil efetivos, muito bem treinados, ao passo que a Venezuela tem 70 mil e o Equador 50 mil, sem experiência.

E seguindo a cartilha de Bush, Uribe ataca trabalhadores do campo e da cidade e também a juventude do país. Desde 2002 já foram assassinatos 15 mil militantes políticos e sociais. E nos últimos meses, Uribe tem sofrido um inferno astral com o envolvimento de 1/3 de seus parlamentares envolvidos em corrupção e ligações com o narcotráfico.

Para a UJC, não há solução política na Colômbia sem o protagonismo das FARC, que está enraizada entre os trabalhadores, sobretudo o campesinato. Entendemos que existem condições mínimas para a solução no país com o reconhecimento das FARC como força política beligerante, a retomada do processo de troca humanitária e a libertação de todos os presos políticos.

É fundamental, também, que todos os setores progressistas e de esquerda na América Latina criem um amplo movimento de solidariedade à luta do povo colombiano para derrotar o governo fascista de Uribe.

A UJC rechaça e repudia a nomeação de José Antônio Moreno Ruffineli como reitor da Universidade Católica Nossa Senhora de Assunção, no Paraguai. Entendemos que Ruffineli foi um dos artífices da sangrenta lei 209, denominada “Da defesa da paz pública e liberdade das pessoas” promulgada em 18 de setembro de 1970, a qual outorgava o marco legal a ditadura de Alfredo Stroessner para reprimir, seqüestrar, desaparecer e assassinar a centenas de paraguaios e paraguaias que se opuseram ao regime.

E dentro desse quadro de tentativa de guerra em nosso continente, a UJC se posiciona vigorosamente contra a reativação da IV Frota norte-americana. A sua presença em nossos mares é uma provocação aos movimentos sociais e governos de esquerda na América Latina.

Assim, é central para os jovens comunistas a articulação de todas as organizações e forças políticas anti-imperialistas latino-americanas na formação de um forte e unitário movimento de expulsão da IV Frota imperialista.

Mais uma vez, a UJC exige a libertação imediata dos 5 heróis cubanos que estão presos nos E.U.A desde setembro de 1998. Recentemente, o Tribunal de Atlanta rejeitou a apelação da defesa e confirmou a condenação injusta dos 5 por conspiração e espionagem.

Para nós, a prisão dos 5, assim como o bloqueio imposto a Cuba, é mais uma ação imperialista norte-americana que deve ser combatida mundialmente por todas as forças progressistas e de esquerda.

Reafirmamos o nosso apoio ao governo de Hugo Chávez na Venezuela. O processo no país inspira outros na América Latina, presta efetiva solidariedade aos povos e constrói uma alternativa a política imperialista norte-americana com a implantação da ALBA.

O governo Chávez tem avançado bastante em mudanças institucionais e estruturais na Venezuela. Um exemplo dessa política são as nacionalizações e estatizações de empresas estratégicas de energia elétrica, comunicações, alimentos, petroleiras e siderúrgicas (recentemente houve a reestatização da SIDOR). Nos últimos dias, o governo bolivariano debate a nacionalização do sistema financeiro, com a transferência da propriedade do banco Santander para o Estado.

No velho continente, nós reafirmamos a nossa total solidariedade à Juventude Comunista Tcheca (KSM, na sigla em tcheco). Desde 2005, a KSM sofre com a ofensiva da direita de seu país e há dois anos foi colocada na ilegalidade. O governo Tcheco alegou que a KSM faz apologia ao comunismo e defende o fim da propriedade privada! Nada mais reacionário! Vale lembrar que essa ação do governo tcheco contou com a conivência da União Européia (U.E.).

A União da Juventude Comunista comemora a vitória do “Não!” no referendo sobre o Tratado de Lisboa da U.E. na Irlanda. O Tratado era uma nova versão da Constituição Européia que foi rejeitado pelos povos do continente em 2004. Felicitamos, também, o protagonismo do Movimento de Juventude Connolly da Irlanda, organização filiada a FMJD, que denunciou e combateu no seu país o caráter reacionário e imperialista do Tratado.

No Brasil, a UJC reafirma a sua política de oposição independente e de esquerda em relação ao governo Lula. E mantém a proposta de construção de uma frente formada por entidades de massa e organizações políticas que seja uma alternativa de esquerda ao governo e ao capital.

2008 é ano de eleições municipais no país. Para nós, esse período é importante para a divulgação das propostas comunistas e para o confronto de idéias sobre a política, no caso desse ano, municipal. Assim, a UJC dará apoio militante a todas as candidaturas do PCB nestas eleições.

No dia 12 de junho, centenas de pessoas protestaram no Rio de Janeiro contra a privatização do petróleo e gás. É preciso lembrar que hoje a Petrobrás possui apenas 40% de participação nacional em suas ações. O restante é capital estrangeiro. Assim, a UJC, que construiu o ato no Rio, reforça a bandeira de luta e propõe a criação de um amplo e forte movimento por uma nova Lei do Petróleo que acabe com a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis), dê fim aos leiloes das bacias petrolíferas e que retome o monopólio estatal do petróleo.

Nas últimas semanas, o MST sofre uma verdadeira ofensiva das forças conservadoras do estado do Rio Grande do Sul. O Ministério Público deste estado pretende criminalizar o movimento, colocando-o na ilegalidade. A UJC repudia a ação do MP e dá apoio militante ao MST e todos os movimento sociais criminalizados pela justiça burguesa. Entendemos que os movimentos sociais não podem ser tratados como caso de polícia, sob pena de retrocedermos às páginas obscuras da Ditadura Militar, que envergonham a nossa história.

Nessa conjuntura, a juventude trabalhadora resiste e barra tentativas do governo de retirar os seus direitos. Para fortalecer a resistência, a UJC constrói e organiza a INTERSINDICAL, como um instrumento de intervenção dos trabalhadores contra os desmandos do capital. Esta organização sindical faz uma campanha permanente por “Nenhum direito a menos e para avançar em novas conquistas”.

E nesse debate de organização dos trabalhadores, a UJC propõe a realização de um Encontro Nacional da Classe Trabalhadora (ENCLAT). Entendemos que a formação imediata de uma central sindical é um erro no atual momento, pois não atende a pressupostos básicos, como por exemplo, a unidade de ação calcada em uma plataforma comum de lutas com todos os setores em oposição ao capital e ao governo. Sem isso, a central irá repetir a prática burocrática que marca o movimento nos últimos anos.

No movimento estudantil, a UJC propõe a bandeira da Universidade Popular. No nosso último Encontro Estudantil, o debate sobre o tema avançou e entendemos que essa é a principal bandeira do movimento.

Por isso, no XII CONEB da UNE (Conselho Nacional de Entidades de Base), que será realizado em janeiro de 2009, a UJC irá pautar a luta por uma reforma no ensino superior brasileiro. Uma reforma que tenha como eixo central a construção da Universidade Popular, que vá de encontro ao atual processo de privatização do ensino público e avance para um modelo popular.



Viva os 81 anos da UJC!

Viva o Comunismo!

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