sábado, 17 de maio de 2008

Homenagem a escritora Zélia Gattai (1916-2008)



Faleceu neste sábado, 17 de Maio, aos 91 anos, a escritora e militante Anarquista Zélia Gattai.


Zélia Gattai
nasceu em 1916 na capital de São Paulo. Filha de operários anarquistas imigrados da Itália, Zélia gozava todo um aparato filosófico que a formaria politicamente. Desde muito jovem, Zélia já participava ativamente do movimento operário de São Paulo.

Aos 20 anos, casou-se com Aldo Veiga. Deste casamento, que durou oito anos, teve um filho, Luiz Carlos, nascido em São Paulo, em 1942.

Admiradora desde muito jovem do escritor e militante comunista Jorge Amado, teve a oportunidade de conhecê-lo quando trabalharam juntos no movimento pela a anistia dos presos políticos, em 1945. Casaram-se poucos meses depois. Em 1946, Jorge Amado foi eleito para câmara Federal pelo Partido Comunista, tiveram que mudar para o Rio de Janeiro onde nasceu o primeiro filho do casal.

Quando o Partido Comunista Brasileiro, no qual Jorge Amado militava, foi posto na ilegalidade em 1947, tiveram que exilar-se em Paris onde viveram por Três anos e posteriormente na Tchecoslosváquia onde viveram por dois anos. É a partir desse momento, no exílio, que ocorre uma transformação na vida de Zélia, além da militância política, passa a dedicar-se também a fotografia, inclusive os maiores registros fotográficos de Jorge Amado, só foram possíveis graças a Zélia. E em 1963, de volta ao Brasil, lança sua Fotobiografia de Jorge Amado intitulada Reportagem incompleta.

Começa a escrever suas memórias aos 63 anos. Lança em 79 o livro de memórias intitulado ANARQUISTAS GRAÇAS A DEUS, que recebeu o prêmio de Revelação literária no mesmo ano, e que é considerado por muitos críticos literários como sendo seu mais precioso registro entre todas as suas outras obras de memórias.

Durante toda sua vida Zélia Gattai recebeu muitos prêmios e homenagens: Cidadã da Cidade do Salvador (84), cidadã de honra da Comuna de Mirabeau (85), Comenda des Arts et des Lettres, do governo francês (1998), Recebeu ainda, no grau de comendadora, as ordens do Mérito da Bahia (1994) e do Infante Dom Henrique (Portugal, 1986)Em 2001, foi eleita para a Academia brasileira de letras, para a cadeira 23, anteriormente ocupada por Jorge Amado, entre outros prêmios e homenagens. E, claro, acaba de receber também, a sincera Homenagem da União da Juventude Comunista, que independente de divergências políticas ideológicas, não poderia deixar passar em branco o dia da morte dessa companheira militante da liberdade, que assim como nós, lutou pela emancipação dos povos da exploração capitalista, e que foi leal aos seus princípios até o fim de sua vida.


Hasta siempre companheira!

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